Veterano dos palcos, o ator e cantor Daniel Boaventura é conhecido do público não apenas por seus personagens marcantes e igualmente carismáticos. Dono de uma voz potente, Boaventura tem conquistado plateias com seus shows onde o foco é apresentar seu talento como cantor. Com um repertório que contempla clássicos americanos, jazz, hits de musicais e da era disco, e é claro, muitas canções românticas, fica evidente a versatilidade do ator que é lembrado por personagens cômicos como o Billy Flynn (Chicago); Gomez (A Família Addams), Prof. Adriano (Malhação) e Diogo (Passione).
Com o fim do ano chegando, Boaventura se prepara para mais dos seus tão estimados shows, dessa vez com uma pegada totalmente direcionada para as festividades da época e com um detalhe em particular, a inclusão de músicas autorais no set list. O Backstage Musical conversou com o ator e cantor sobre os desafios de levantar um projeto como esse frente ao cenário atual. Confira o que o público pode esperar.
Daniel, como nasceu o seu projeto da turnê de Natal?
Já tenho essa ideia há algum tempo, sempre quis regravar os clássicos de Natal. Com certeza a infância vivida nos EUA reforçou a lembrança afetiva dessa data. Confesso que "a gota d’água" por assim dizer, ou o impulso que faltava, foi esse ano "especial" 2020 (rsrs) . Senti que preciso (precisamos) sentir mais emoções, mais humanidade, contato etc... essa canções, penso eu, passam essa ideia de união, lembrança, família, alegrias (para a maioria da pessoas) além de serem músicas efetivamente bonitas.
O que o público pode esperar do show?
Uma oportunidade de curtir clássicos ao lado de quem se ama, rememorar emoções do passado e muita diversão.
Você pode nos dar algum spoiler do set list?
Claro: Happy Christmas (Então É Natal) / (Natal Branco) White Christmas, O Velhinho, Pra Não Ser Triste, All I Want For Christmas, Boas Festas, Jingle Bell Rock... e muito mais - (Fui generoso né rsrsrsrs).
Quais os desafios encontrados em desenhar um projeto de entretenimento ao vivo dentro do contexto que estamos vivendo atualmente?
Não sabemos como estaremos em dezembro. Espero que em plena fase de melhoria e com vacina bem sucedida. Dito isso: penso que esta situação não pode nos esmorecer. Tenho produzido Lives e pretendo continuar a fazê-lo ainda mais se tratando de um projeto como o de Natal. A intenção é justamente a de dar esperança, trazer positividade, ou se quiserem encarar assim, o começo de uma bela despedida desse ‘ano maravilhoso’ (rsrs).
O lançamento do seu single “Best Part of The Show” é um marco em sua carreira, sendo seu primeiro single autoral. O que te inspirou nesse trabalho em especifico?
Ainda sobre inspirações, o seu repertório de shows conta com clássicos do jazz, blues e você tem uma sólida carreira na TV e teatro: o que te impulsiona como artista em todas essas diferentes vertentes artísticas?
Quanto ao single novo; estou muito feliz com essa parceria com o músico MARCEL (guitarrista do Michael Bublé). Ambos somos pais e a mensagem da música tem muito haver com esse amor que se deposita em alguém que você só quer ver crescer feliz e realizado em todos os sentidos. Ficou bem bacana. É realmente uma música especial para mim .
Quanto a inspiração para os repertórios: acho que você já respondeu um pouco; sim, é verdade, ano que vem 2021 completo 30 anos de atividade artística (comecei com teatro musical em 1991, loucura não é) impossível então não me deixar influenciar pelo repertório e pela disciplina do teatro, entretanto, também tenho outras paixões como rock, jazz, opera, mpb, clássicos da música popular espanhóis, franceses, italianos. Minha intenção é agrupar essas paixões e influências nas minhas apresentações. Não é fácil, mas é uma missão que venho tentando cumprir. O que me impulsiona é isso: tentar cantar/ interpretar o que realmente gosto aceitando o desafio que pode vir em fazê-lo.
Ao longo dos anos, você marcou presença em diversos musicais que foram sucesso de público. Como começou sua trajetória no Teatro Musical?
Como falei anteriormente, meu 1° musical profissional ocorreu em 1991 (musical Cinema Cantado) na minha terra natal (Salvador-Bahia). De lá pra cá foi uma busca de oportunidades onde eu procurava me encontrar como artista num mercado pouco ortodoxo. Um dos momentos que gerou oportunidade para mim foi o musical Os Cafajeste que marcou minha saída da minha Bahia amada para o fervoroso mercado Rio-SP em 1995. Ganhamos o Prêmio Sharp de melhor musical naquele ano. Em 1997 fiz o 1° trabalho em tv (Hilda Furacão). Em 2000, o 1° musical com orquestra ao vivo (nos moldes da Broadway) COMPANY (Os criadores da obra original Stephen Sondheim e George Firth vieram ao Brasil para nos assistir e ficaram impressionados). Daí em diante minha vida se intercalou (e se atropelou) entre trabalhos no teatro musical e na tv (novela Laços de Família, Vitor Vitória, novela Amor e Ódio, A Vida Como Ela É, A Bela e A Fera, Chicago, Camila Baker, séries como Malhação e Tapas e Beijos, My Fair Lady, Evita, mais novelas como Guerra dos Sexos e Passione, A Família Addams, Peter Pan (ator e produtor artístico), Sunset Boulevard...
Como seus anos de experiência tem contribuído para uma performance segura no “ao vivo e a cores”?
Proporciona sim segurança e estamina (resistência) para aguentar shows seguidos e o nervosismo que é normal quando se enfrenta público no palco, mas devo dizer que a experiência como cantor me trouxe uma inter-relação com o público que eu nunca havia experimentado.
Com mais de 10 musicais no currículo e 500 shows realizados, existe algum momento de improviso que você se recorde?
Alguns: esquecer uma parte da letra e ter que ‘inventar’ algo que faça sentido em 2 segundos não sendo eu um rapper rs, cantar mesmo com febre ou afônico, ter ‘riso frouxo’ durante uma cena e concluir de qualquer maneira...
Por fim, qual a mensagem que você pretende passar aos seus fãs com a turnê de Fim de Ano.
Esperança, cuidar de quem se ama, força, exercitar a alegria e acreditar em si.
Estamos certos de que serão apresentações inesquecíveis!
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