A atriz Pamella Machado, conhecida pelo público por integrar o elenco de grandes musicais como "Alegria, Alegria", "Ghost", "Aparecida" e participar dos projetos do Coletivo M.O.T.I.M., estreou recentemente sua peça online, ao lado do companheiro Marcelo Laham.
"Eu Te Ensino a Ser Feliz" é uma comédia ácida que retrata a busca incessante do ser humano por felicidade.
A peça se passa numa palestra de Roberto Pelegrino, um Coach Quântico que transita entre a espiritualidade, o treinamento motivacional e rituais energéticos para levar a plateia a um estado de iluminação. O treinamento seguiria seu curso normal, não fosse por Ariane, uma espectadora sem muito controle emocional que, por conta de sua idolatria ao mestre Roberto, vai provocar muitas reviravoltas durante a apresentação. Além de dividirem o palco, Marcelo Laham e Pamella Machado fazem parceria também no texto e na direção da peça.
O Backstage Musical conversou com o casal sobre o novo projeto e você confere agora a nossa entrevista:
Vocês dois dividem a autoria do texto. Como surgiu a ideia de criar essa história e quais foram suas inspirações?
Levantamos inúmeras possibilidades de temas, mas queríamos muito que o conteúdo jogasse junto com a plataforma digital, pra não distanciar o espectador. Nada melhor que um treinamento de um Coach Quântico falando diretamente com a plateia pra trazer essa conexão olho no olho!
Tendo isso como ideia principal, queríamos abordar a necessidade do ser humano de buscar felicidade a qualquer custo, muitas vezes terceirizando esse serviço para um guru, um líder religioso, um salvador da pátria, o que pode dar errado quando se trata de um charlatão.
A maior inspiração é a própria realidade brasileira, cheia de situações tragicômicas. A partir daí temos Ariane, personagem da Pamella Machado, representando toda a inocência, pureza e simplicidade de um povo sofrido que só quer ser olhado.
Pra vocês, qual é o maior desafio de fazer comédia online?
São dois grandes desafios. O primeiro e mais desafiador é fazer humor sem ter a resposta do público ali, presencialmente. Uma sensação estranha como se estivéssemos fazendo para o vazio.
O segundo é a tensão interna para que tudo o que não está ao nosso alcance funcione, como conexão de internet, a própria plataforma, enfim, coração na boca!
O público pode esperar alguma música ou é algo completamente diferente dos musicais?
Definitivamente não é musical! (Risos) Temos músicas pra ambientar algumas cenas e também uma tentativa de uma das personagens cantar... Mas vamos parar por aqui, senão daremos muitos spoilers!
Devido a pandemia, as ferramentas online tiveram um crescimento surpreendente. Para vocês, quais são os prós e contras dessas ferramentas?
Com toda a certeza os contras estão relacionados principalmente ao fato de não ser um palco com o calor do público! Isso é o que mais sentimos falta como artistas. Claro que isso se soma com algumas questões técnicas que tivemos que entender e nos adaptar, como dinâmicas de som e imagem, compartilhamento de tela, etc.
Ao mesmo tempo, vemos muitos prós e são neles que estamos nos apoiando! Poder exercer a arte que tanto amamos e interagir com pessoas espalhadas por todo o Brasil, e até de outros países, são motivos incríveis pra vivermos essa aventura de reinvenção em tempos de pandemia!
Por que todos devem assistir a peça?
A peça diz muito de todos nós. A sensação de insegurança e desconforto com a vida nesse momento da pandemia traz uma angústia que precisa ser compartilhada. E a melhor forma de compartilharmos isso é rindo de nós mesmos!
O personagem Roberto Pelegrino, que é meio Guru e meio "Coach Quântico", apesar da picaretagem evidente, fala muitas verdades para a plateia, que precisam ser ouvidas.
As duas primeiras apresentações aconteceram no começo do mês e, devido ao sucesso, mais duas já estão marcadas para os dias 31 de outubro e 01 de novembro. Os ingressos já estão a vendo pelo site da Sympla.