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Com Larissa Manoela e Léo Cidade, 'Os últimos 5 anos' irá mesclar teatro, cinema e TV



No palco, apenas um casal. Cinco anos de um relacionamento com suas naturais idas e vindas. Para ela, o fim está cada vez mais próximo. Para ele, o amor começa agora. Perspectivas diferentes para uma mesma história. O musical ‘Os últimos 5 anos’ constrói uma estrutura engenhosa e apresenta a vida de Jamie Wellerstein e Cathy Hiatt em dois tempos: enquanto a de Cathy é narrada em ordem cronológica inversa (começando pelo término do casamento), a de Jamie é contada a partir do momento que o casal se conhece. Larissa Manoela e Léo Cidade interpretam essa história no palco em única apresentação no dia 28 de dezembro, com transmissão online. O musical é uma realização da Touché Entretenimento e da Dalari Produções.


A montagem brasileira foi uma ideia da própria Larissa Manoela e tem direção geral de Renata Borges, direção artística de Charles Möeller e Marcello Bosshar, versão brasileira de Cláudio Botelho e direção musical de Marcelo Castro. O espetáculo será apresentado em um formato que une diferentes linguagens artísticas, indo além do teatro filmado. “O grande diferencial é a concepção que daremos a essa transmissão, com uma proposta mais dinâmica, misturando elementos de tv e cinema”, afirma Renata Borges. “O que estamos tentando, modestamente, com muita magia, é encontrar um quarto lugar, que seja híbrido dessas linguagens todas”, explica Charles Möeller.


Para realizar o musical de maneira inovadora, Renata decidiu gravá-lo para ser exibido no dia 28, a fim de criar uma linguagem diferenciada, indo além dos planos abertos comuns às transmissões de teatro online. O espetáculo acontece não apenas no palco, mas também nas coxias, nos camarins, nos mais diversos ambientes. “Quero que o espectador desfrute de uma estética inédita no Brasil, que ele se sinta dentro do palco, como se vivesse a história. É também uma maneira de tentar diminuir a grande falta que o teatro ao vivo faz”, reflete Renata.


André Gress assina a direção de fotografia do espetáculo. “Minha função é transportar o que foi criado na cena para as telas através da composição visual estética. Foi criada uma movimentação de câmera e planos de cena que apresentam a essência do teatro misturado com o audiovisual para capturar a verdade do musical. O que vamos apresentar é uma espécie de balé de movimentação, que traduz muito das sensações e emoções apresentadas na obra, através de um olhar plástico acentuando todo trabalho do criativo”, explica.


Charles Möeller considera um desafio participar de um projeto com um conceito tão particular e diferenciado. “É incrível podermos brincar com essas linguagens, temos equipamentos tão leves, modernos, então é possível sentir a respiração dos atores, acompanhá-los. A gente não fez um teatro musical filmado, não é o tradicional palco italiano, com o ponto de vista da plateia. É uma câmera voyeur, que roda junto, que se aproxima, se afasta, sombreia, que discute. É um personagem que atravessa o buraco da fechadura de um casal e invade sem pudores”, complementa.


Marcelo Castro, diretor musical do espetáculo, considera a partitura de ‘Os últimos 5 anos’ desafiadora, com harmonias muito bem construídas. A história é traduzida essencialmente pelas canções, com apenas pequenas falas ocasionais. “Os atores precisam estar extremamente focados em suas personagens, pois ambos têm arcos de interpretação muito ricos e variados. As músicas são bastante complexas, porque exigem que os registros vocais dos atores estejam muito bem definidos e preparados para grandes mudanças e exigências. Esse tipo de dificuldade é muito atraente”, celebra. Foram meses de ensaio, seguindo todos os protocolos de segurança, com Larissa e Léo fazendo treinos com Marcelo Castro quase diariamente.


Charles Möeller também destaca a qualidade das músicas e enaltece a modernidade da obra e os muitos ritmos e climas propostos pelo material original. A versão brasileira é fiel a esse espírito, respeitando ao máximo a partitura, mas Marcelo Castro também buscou referências de montagens anteriores para desenvolver uma cara própria para esta nova encenação. “Pudemos trabalhar com mudanças tímbricas, falas e tudo o mais que ajudasse a contar essa história. No fim, conseguimos um musical divertido e emocionante que, com certeza, vai agradar e surpreender às pessoas”. A orquestração do espetáculo foi escrita para cinco músicos: piano, guitarra, baixo, violino e cello.


Renata Borges assina ainda cenário e figurinos. Como há uma passagem de 5 anos, Larissa e Léo terão vários figurinos no espetáculo. Ela usará dois vestidos assinados por Carol Hungria, feitos exclusivamente para o musical, além de looks montados com elementos da Verosenso, Paula Torres Brand, Luiza Barcellos, Zara, Chanel, Dior, Doce de Coco, entre outras. “O figurino é contemporâneo. Tem um lado meio fashionista, mas algo real de uma atriz “Nova Iorquina” para a personagem da Larissa. Busquei também mostrar que ela abandona o colorido, com o passar do tempo, e começa a usar cores sóbrias, justamente mostrando a transformação interna da Cathy. Procurei ainda traduzir a mudança do estado emocional do personagem do Léo, que, com o sucesso na carreira, passa a ser mais chique”, explica Renata.


A cenografia se concentra no apartamento dos dois personagens, sendo um mais bagunçado e outro mais clean, de acordo com a personalidade de cada um deles. Em dado momento, surge o apartamento do casal, quando a relação se consolida. A ação não ocorre apenas no palco: buscou-se aproveitar todas as dependências do Teatro Multiplan, no Rio, onde aconteceram as gravações.


A preparação de elenco é de Marcello Bosshar, que criou um método especial para o trabalho, nesse período de pandemia. “Tivemos que nos adaptar a trabalhar à distância, mas tudo fluiu muito bem. Usei os objetos das casas deles para alimentar a carga dramática de alguns exercícios. Tivemos também ensaios ao ar livre, quando pedi para que eles levassem o computador para uma praça. Eu comandava de longe, enquanto eles corriam e dançavam ao praticar uma cena que exigia uma liberdade de movimentos e uma expansão física”. Charles Möeller complementa: “O grande desafio foi montar um espetáculo tão íntimo com a gente tão distante”.


Cinco anos de encontros e desencontros

Jamie Wellerstein é um romancista em ascensão, e Cathy Hiatt, uma atriz em dificuldades. O primeiro encontro, o florescer do amor, o casamento, a vontade de sair cantando quando se está apaixonado, as crises, as decepções e dúvidas profissionais, os sucessos e fracassos, as alegrias e tristezas. Lua de mel e de fel. O início, o fim. “O arco emocional das personagens reverbera em qualquer pessoa que já tenha vivido um relacionamento! Um dos fatores que mais me “pega” nessa história é a sensação que algumas vezes, infelizmente, mesmo quando há amor, as coisas podem não dar certo! A ideia de um relacionamento acaba e, às vezes, o amor continua e isso é muito identificável”, celebra Bosshar. “Tenho certeza que o público de todas as idades vai se “enxergar” em algum momento nessas duas histórias tão ricas de vida”, complementa Larissa.


Os personagens não interagem diretamente, exceto pela canção do casamento, que é justamente quando suas linhas do tempo se cruzam. Todas as belezas e dores de um amor estão em cena, narradas e, sobretudo, cantadas através da criação de Jason Robert Brown, autor do original ‘The Last Five Years’, que estreou em Chicago em 2001, ganhando uma produção Off-Broadway no ano seguinte. “É um musical praticamente todo cantado e justamente aí reside sua grande força e beleza”, exalta Renata Borges.


Outro ponto de destaque da história, segundo Charles Möeller, é a capacidade do autor de abordar um tema tão comum em teatro, sobretudo em musicais, e inserir elementos novos, um tempero especial para tornar a abordagem com um olhar original. “Além da excelente ideia da cronologia diversa, ele foge do happy ending convencional e insere pimenta nas relações, trazendo questões como o fato da ascendência profissional dele gerar ciúmes nela, criando também um deslumbramento nele, uma certa arrogância. A quantidade de nãos que ela enquanto atriz vai tomando faz com que ela se compare com ele. E isso tudo abala a relação. Não é aquela abordagem tradicional de um relacionamento abalado por traição, abusos”.


O espetáculo foi traduzido para inúmeros idiomas, em mais de 20 países, além de ganhar uma adaptação para o cinema, em 2015, com Anna Kendrick e Jeremy Jordan. ‘Os últimos 5 anos’ foi vencedor do Drama Desk Award de melhor música e letra, em 2002, além de ter sido indicado a melhor musical, ator e atriz, entre outros.


‘Os Últimos 5 Anos’

Apresentação online: 28 de dezembro

Horário: 18h

Preço: R$ 60,00 + R$ 6,00 (taxa)

Ingressos via Sympla

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