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Entrevista com a equipe do espetáculo 'Me da Sua Mão'


Com texto de Cleber Marques, letras de Renan Mansur e músicas de Rodolfo Schwenger, o musical “Me Da Sua Mão” estreia dia 19 de outubro, no Espaço Cia da Revista, em São Paulo. Com sessões aos sábados e domingos, o espetáculo fica em cartaz até o dia 24 de novembro.


A trama apresenta conflitos do cotidiano. O que pode acontecer quando desconhecidos são obrigados a confrontar suas próprias diferenças? Seja em um táxi preso no congestionamento ou em um elevador parado após um apagão. Enquanto uma forte tempestade cai sobre a cidade, os personagens são colocados frente a frente com seus preconceitos e angústias. Mas o que todos buscam é um abrigo, sobre o qual todos serão iguais. Confira a entrevista que a equipe do espetáculo deu para o Backstage Musical:


1. Como surgiu a ideia do espetáculo?

A ideia de produzir este espetáculo surge num momento muito significativo para a Mákina Companhia de Teatro e especialmente para o idealizador,André Latorre. No dia 28 de outubro de 2018 tivemos os resultados das eleições e neste momento o diretor e idealizador pensava em interromper suas atividades no Teatro, devido às grandes dificuldades ao se pensar em levantar uma produção e a crescente desvalorização das Artes, porém, num estalo, André Latorre faz o caminho contrário e convoca um chamamento aberto e público, dentro das redes sociais: Latorre iria fazer o caminho inverso, tinha decidido seguir, não era hora de ceder e enfraquecer mais ainda a produção brasileira de espetáculos. Em um post , chama amigos e parceiros para juntos, levantarem um espetáculo que falasse do povo.


2. Quais as maiores dificuldades de se produzir um musical autoral?

Sem dúvida alguma, a maior dificuldade é ter que trabalhar sem dinheiro, ter que ensaiar sem pagar atores e equipe. Isso faz com que o trabalho não seja prioritário para as pessoas, que precisam, obviamente, ganhar dinheiro para sobreviver. Tudo fica mais complicado sem recursos financeiros ideais.


3. A peça aborda temas polêmicos e de reflexão, o que o público pode esperar?

Nosso espetáculo é um painel. Mostramos diversos tipos de pessoas, diferentes em seus pensamentos e ações. O público vai encontrar um espelho em sua frente, vai reconhecer estes personagens, seja em outras pessoas que conhecem ou nelas mesmas.


4. Sobre os personagens, o que vocês podem adiantar para nós?

Temos 12 personagens chave. Cada um com sua particularidade: um militar reformado em crise existencial, uma drag queen em dificuldades financeiras, uma taxista que quer adotar uma criança, uma secretária executiva em crise de pânico, uma jovem esquizofrênica que é esquecida pela família, um ganancioso produtor musical, um jovem que trabalha como voluntário em causas humanitárias, uma senhora religiosa em um casamento infeliz, uma profissional de limpeza doméstica que idolatra sua patroa, uma senhora rica que cria seu filho sozinha, um CEO de uma grande empresa, que luta constantemente contra o preconceito racial e um jovem guia de museu, iludido com as reais intenções das pessoas. O texto ainda apresenta um grupo de manifestantes, que cruza com estes personagens durante todo o espetáculo.


5. Para vocês, qual a importância de trazer esses temas para os palcos?

Nosso objetivo é mostrar que as diferenças não devem jamais definir a importância real das pessoas dentro de uma sociedade. Para nossa equipe, a aceitação do outro é essencial para que a sociedade deixe de ser doente.


7. Como foi o processo de escolha do elenco e o trabalho de construção do espetáculo com eles?

O diretor André Latorre foi na contra mão e simplesmente perguntou em redes sociais quem gostaria de entrar no projeto. Claro que tivemos um numero enorme de pessoas interessadas e esta quantidade de pessoas foi diminuindo, devido à uma seleção natural. Muitos não seguiram por absoluta falta de tempo e outros , simplesmente não combinavam com o projeto . Não fizemos seleção para cantores e atores. A ideia era romper com o sistema de seleção e mostrar que é possível agregar de modo natural. Claro que é algo muito difícil, ms o resultado é algo real, não pasteurizado. A construção do trabalho foi pensada nas pessoas que tinhamos. As músicas foram feitas para aquelas vozes e o texto escrito também com base nos atores que tínhamos. Um processo absolutamente artesanal.


8. Por que todos devem assistir "Me Da a Sua Mão?"

"Me dá sua mão" é um espetáculo despretencioso. Não queremos competir com espetáculos da Broadway que chegam ao nosso país. O público deve assistir pois é uma história emocionante, bem feita. Não contamos com grandes estruturas, palcos móveis, toneladas de equipamentos. Somos um grupo de Teatro,fazendo Teatro. Contando uma história que fala diretamente ao nosso povo. Difícil tentar vender o nosso próprio trabalho...eu resumiria assim: é um trabalho brasileiro, dignamente feito, do inicio ao fim.

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