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#ENTREVISTA Renata Borges

Após temporadas de sucesso de Cinderella e Peter Pan, entre de outros musicais, a Touché Entretenimento anunciou nas últimas semanas a aquisição de direitos dos espetáculos Carousel, Something Rotten!, e Madagascar, que pretende trazer pro Brasil nos próximos anos, além de títulos já anunciados anteriormente, como American Idiot, Footloose e First Date.


Com tantos sucessos nessa lista, o Backstsge Musical entrevistou a Renata Borges, produtora da Touché Entretenimento, para saber um pouco mais do que os fãs de musicais podem esperar nesses próximos anos, e falar desses incríveis espetáculos que já trouxe para o Brasil. Confira: Backstage: Como surgiu o seu interesse em Teatro Musical?


Renata: Já era uma paixão de menina. Viajava com meus pais e os musicais estavam sempre nas nossas programações. Mais tarde , maior de idade cultivei o hábito. A curiosidade de ver a cada ano novas montagens... Só que como os atores americanos estudavam música, faziam aulas de acting e dança desde a high school e no Brasil o segmento não era desenvolvido e capacitado como hoje , não deslumbrava trabalhar com musicais. Acho que no final a vida confabulou e a paixão e a oportunidade fizeram tudo acontecer com o desenvolvimento do setor no Brasil .

Backstage: Desde Sim, eu aceito! até Peter Pan, é possível ver uma nítida evolução em suas produções. O que você acha que foi o principal fator para uma evolução tão incrível em tão pouco tempo?


Renata: Obrigada! Sim e eu me orgulho disso. Tenho metas e objetivos. Poder a cada entrega melhorar, aprimorar, surpreender. E claro a cada trabalho aprender, evoluir. Estudar. Hoje faço um trabalho de pesquisa tanto de história e de arte muito árduo. Já chego diante do criativo sabendo o que quero.

Preciso também ter essa liberdade de opinar e até mesmo de dizer “ Isso eu não quero”. Não importa quem seja. Não importa quantos prêmios já tenha no currículo. O respeito precisa ser mútuo. Pois diante do público, do patrocinador e do Minc eu quem respondo. Os diretores terminam o trabalho e já estão em outros trabalhos. Quem assume as responsabilidades é o produtor. Então hoje precisa ser da minha maneira. Dou todas as condições para o criativo trabalhar. O diretor que souber trabalhar comigo consegue absolutamente tudo de mim. Os que não aguentam ou pedem para sair ou são desligados. Eu preciso acompanhar todo processo. É minha responsabilidade. Justamente para não chegar uma semana antes da estreia e não ter o que fazer ( risos) Não posso ser irresponsável com a confiança que me foi dada.


Backstage: Falando de Peter Pan, o que podemos esperar da produção do Rio? Terá mudanças no espetáculo?


Renata: Sim. É normal. Mudança em parte do elenco. Na estrutura e na estética não. É um musical extremamente técnico e preciso. A segurança e a excelência são a nosso foco. Manter e não deixar a qualidade cair! Possi é um diretor exigente e detalhista. O trabalho dele é preciso.

Backstage: Cinderella foi um verdadeiro divisor de águas, que rendeu muitos prêmios à produção. Foram duas temporadas de sucesso, uma turnê por várias cidades do Brasil e agora uma nova temporada (de despedida?) em São Paulo que tem repetido o sucesso de público. Qual o segredo para o musical ter conquistado tanto o público brasileiro?


Renata: É um musical feito com amor e por pessoas apaixonadas pelo ofício. M&B foram os “protagonistas” dessa montagem. Foram parceiros. Trocaram muito comigo. Eu fiz todas as trocas necessárias pois sabia desde o início aquilo que precisávamos fazer: encantar! Não poderíamos correr o risco de virar um “Cinderella comum de shopping”. Precisava ter a magia, encantamento. Precisávamos honrar a obra magistral de R&H. Precisava ali começar a mostrar para os críticos e mídia especializada que qualidade artística e entretenimento poderiam caminhar de mãos dadas. O nosso elenco era e são de pessoas muito talentosas. Não posso deixar de agradecer aos patrocinadores, aos críticos e ao público que ajudaram a magia acontecer . E por isso conseguimos alcançar tantos prêmios. A temporada em SP agora está sendo um sucesso total. Esperávamos por isso. Penso em retornar com Cinderella daqui há alguns anos. Despedida jamais. Apenas um “ Até logo...”

Backstage: Ainda falando sobre Cinderella, como foi fazer uma turnê com um musical de porte tão grande como este?


Renata: Sempre complicado. Mas sempre assumo o compromisso diante do MINC e da verba pública que as empresas aportam, que fomentar cultura em outros estados é fundamental. Justamente os estados que não são RJ e SP são os mais carentes de cultura. Tivemos que readequar o musical. Colocar em uma versão reduzida. Fechar parcerias com hotéis. Mas ter empresas como a Bradesco Seguros, a Alelo e a Apsen como patrocinadores que incentivam a turnê pelo Brasil faz a diferença.

Backstage: O que podemos esperar da montagem brasileira de American Idiot em termos de produção e direção? Tem algo que você pode nos adiantar?


Renata: Vamos produzir com excelência. Mauro é um diretor que foge do lugar comum. Sabe o que quer! Estamos captando. Fechamos com a Múltiplus e estamos esperando a resposta da Vivo, da Alelo, e a cota de Apresenta ser aprovada em uma outra empresa. Novidades? Dai é com Mauro, que além de diretor, é meu sócio. Foi quem idealizou o projeto.

Backstage: First Date é um título um tanto inusitado para estar nessa lista, já que é menos conhecido pelos fãs de musicais. Por que a escolha desse título? O que você acha que esse espetáculo tem que o público brasileiro vai se identificar e abraçar?


Renata: First Date é comédia romântica. Atual. Fala das novas tecnologias. É um ato só. O público se identifica. Com tudo que da de errado em um encontro, primeiro encontro. O público sai do Teatro querendo assistir mais vezes. É atual e dinâmico.

Backstage: Montar um clássico é sempre complicado, já que os fãs normalmente já têm várias referências do musical. Como você encara a responsabilidade de trazer pro Brasil um musical como o Carousel?


Renata: Carousel é um masterpiece. É uma obra tida pela Revista TIME como melhor musical de todos os tempos. Isso sim é um baita responsabilidade. Mas eu não tenho medo de desafios. Se me importasse com a opinião pública ou especializada, Cinderella nem teria nem estreado.

É um clássico que só a minha mãe viu umas 30 vezes no cinema. Umas seis ao redor do mundo. Eu assisti duas montagens. A obra é completa. O público precisa sair “tocado”... A história tem todos os ingredientes para emocionar o público. Encontrar o verdadeiro amor...Perder esse amor... Se redimir... Ter uma segunda chance... Quem não gostaria de terminar assuntos que ficaram pendentes? É lúdico. É simples. E por isso em torno da complexidade da estrutura musical se torne uma obra tão arrebatadora. Já tenho a direção. Na verdade ela foi acertada alguns anos atrás. Irei divulgar em breve. Será uma grande produção. Será majestosa! Continuarei honrando R&H e seu legado. Será INESQUECÍVEL E BRILHANTE. Como eu me propus a fazer.

Desde 1945 até hoje. Ganhando prêmios e sendo atual. R&H é a tradução da época de ouro da Broadway. Nada se compara!

Backstage: Footloose é um musical que conquistou uma geração, um clássico do cinema nos anos 80. O que o público brasileiro pode esperar dessa produção?


Renata: Será uma montagem bem executada! Porém descompromissada. A obra têm leveza. Não é um clássico. Não têm um peso. Então Alonso Barros vai brincar e com isso certamente o público irá se divertir. Aquele musical que é leve, engraçado e que todo mundo acaba dançando junto.

Backstage: Como fãs de Something Rotten! nós sabemos o quanto esse musical é incrível. Mas queríamos saber de você, por que a escolha desse título? O que faz esse espetáculo tão especial?


Renata: O próprio New York Times diz que não existe na Broadway musical mais engraçado. Primeiro, por criticar e zombar dos próprios musicais. Até quem não gosta de musical irá gostar. Segundo que se estrutura e carrega referências de forma inteligente de Shakespeare. Então é uma obra rica! Um texto Inteligente! A obra é Bem costurada. Existe todo um pano político e crítico quanto ao mercado , quanto a concorrência. É um musical genial. E tem muito do brasileiro, que saber fazer rir de si mesmo, e achar as saídas mais mirabolantes para problemas, com o jeitinho que só nós temos. O público vai se identificar com certeza.

Além das referências aos grandes musicais. Um prato cheio. O diretor também foi escolhido, é o José Possi Netto.

Backstage: Madagascar é um título que foge desse padrão de espetáculos da Broadway que a Touche vem trazendo. O que podemos esperar desse espetáculo?


Renata: Não foge. A Touche está com planejamento de médio e grande porte de musicais. Madagascar conversa com a família. Que sempre foi o nosso foco. Porém o nosso portfólio está se diversificando pois estamos planejando os próximos 6 anos. Em dois meses iremos anunciar mais 3 títulos. E Madagascar é um tamanho perfeito para viajar!

Backstage: Tem algum musical que você sonha em trazer pro Brasil?


Renata: Alguns... Mas os que realmente tenho tido vontade, estou conseguindo negociar. Preciso ter uma conexão com o musical. Não trabalho se não estiver emocionalmente envolvida.


Backstage: E um que você quer muito, mas acha que não funcionaria aqui?

Renata: É complicado. Pois pode funcionar. O público pode abraçar a ideia. Porém captar é difícil pela temática, como por exemplo: Into the Woods.

Quase comprei (risos) Existem varios que o público gostaria de ver... Mas por envolver mortes, sangue e etc, os patrocinadores fogem! Quando não saem como o final esperado (risos).

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