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Em Memória à Marcos Tumura



Na último dia 18, o Teatro Musical Brasileiro esteve mais cinza do que nunca, ao se despedir de um de seus maiores nomes. Marcos Tumura se foi, e já deixa muita saudade.

Sua formação como bailarino o levou desde cedo ao Teatro Musical, participando das montagens de ‘Rent’ e ‘Aí Vem o Dilúvio’, que deram um pontapé inicial para o desenvolvimento dessa arte no país. Mas foi 2001 que marcou de vez seu nome na história do teatro musical brasileiro, ao interpretar nada mais, nada menos que Jean Valjean na nossa primeira montagem de ‘Les Misérables’, que acabou sendo o divisor de águas Teatro Musical Brasileiro, sendo a primeira superprodução, com estrutura Broadway. Daí em diante, não existiu estudante de teatro musical brasileiro que não conhecesse seu nome.

‘A Bela e a Fera’ marcou a infância de muitos de nós e acabou sendo uma das primeiras experiências com Teatro Musical de muitos fãs. E um dos personagens mais marcantes deste espetáculo é, sem dúvidas Lumiére. Tumura foi o intérprete do charmoso candelabro tanto a primeira montagem (2002), quanto a segunda, em 2009. O ator encarou o desafio de interpretar esse marcante papel da Disney de uma forma genial, com toda a leveza e humor exigida, encantando todos em “Be Our Guest”, o mais grandioso número do musical.

Não podemos esquecer também quando Tumura interpretou brilhantemente o Engenheiro da montagem brasileira de ‘Miss Saigon’, sendo esse um dos principais destaques de sua carreira. Sua atuação foi muito elogiada e de fato, ele cumpriu seu papel de ser o alívio cômico do espetáculo com excelência; o que rendeu para ele o convite de reprisar seu papel na montagem londrina, comemorativa de 25 anos do espetáculo.

Ao falar em Tumura é impossível não associa-lo com a multi-artista Cláudia Raia. Nos anos 1980-90, esteve no elenco de ‘Splish Splash’; ‘Não Fuja da Raia’; ‘Nas Raias da Loucura’ e ‘Caia na Raia’. Na volta de Raia em grande estilo, Tumura esteve em ‘Pernas Pro Ar’, foi Herr Schulz em ‘Cabaret’ e o divertido Bela Zangler em ‘Crazy For You’ e obviamente esteve no musical em celebração à carreira da atriz: Em ‘Raia 30’, Cláudia dedicava uma parte do musical para homenagear e agradecer Tumura pela parceria de longa data.

Na TV, fez as novelas ‘Negócio da China’; ‘Ti Ti Ti’; ‘Patrulha Salvadora’ e ‘Sol Nascente’, além de ter sido coreógrafo e diretor de movimento das performances do X Factor Brasil. Junto de Fred Sposito fundou o Espaço T, grande legado dele à comunidade artística.

De fato, a carreira de Tumura se confunde com a história e desenvolvimento do Teatro Musical no Brasil, mas resumir o tamanho da perda a apenas o seu talento, é uma ofensa à pessoa que ele era. Acima de um grande artista, ele era um exemplo de ser amável, carinhoso e bem humorado que sem esforços já arrancava sorrisos que qualquer um que falasse com ele.


Assista a última entrevista do Marcos Tumura para o Backstage Musical, Obrigado Tumura pelo carinho e atenção de sempre! Sua estrela sempre brilhará para nós!

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