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Mulheres de Fases...e que Fases!


Pedro Almodóvar tem seu estilo gritante: Gosta de retratar mulheres batalhadoras, belas, calientes, e ainda assim, retratar Madri, dentre outras localidades de sua Espanha. Em 1988, lançou um longa-metragem que foi sucesso de crítica, e até hoje é lembrado como uma de suas melhores produções. Falamos, claro, de “Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos”. Que levou ao estrelato o diretor, e que ganhou uma versão na Broadway anos depois, em 2010 mas... a crítica não gostou.


A versão teatral americana durou pouco. A crítica realmente não curtiu a versão para os palcos de um clássico que rendeu, inclusive, um Oscar a Almodóvar. O espetáculo ganhou também uma versão em Londres que não teve um resultado diferente. Também foi muito criticado, e não durou mais que 60 apresentações. Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino, já dizia a canção. Miguel Falabella, um dos maiores responsáveis por adaptações nacionais de musicais estrangeiros, assistiu em Londres a versão, e olhem só, não curtiu muito o que viu! Contudo, soube onde estava o erro, e junto do produtor Sandro Chaim – que já pretendia realizar a adaptação – montou uma adaptação da adaptação, reunindo seus amigos de palcos, como Marisa Orth, Totia Meirelles, Daniel Torres, além de Stella Miranda (na temporada carioca), e trouxe todo o tempero latino para sua obra. E acertou no que fez.


Quem nos conta a história de Pepa Marcos (Orth) é um taxista de Madri vivido por Ivan Parente. É ele quem nos apresenta a dolorosa Via Crucis de uma atriz que é abandonada por seu namorado e ainda precisa enfrentar sua ex esposa (Stella Miranda, ótima!) que parece não se desprender do galante Ivan (Juan Alba) mesmo após dezenove anos de separação. Paralelamente, também acompanhamos as desventuras de Candela (Helga Nemeczyk), amiga de Pepa, que está envolvida com um guerrilheiro procurado pela polícia. E ainda a paixão mal resolvida de Carlos (Torres) por sua noiva.


O espetáculo tem um colorido especial e bem característico dos filmes do diretor e da década de 80. As canções são bem empolgantes no seu ritmo de mambos. Há exageros à parte, principalmente no número de momentos musicais, contudo, isso não atrapalha o bom humor e talento dos atores em cena. A química visível e total descomprometimento com o “ridículo” fazem de mais essa comédia de Falabella um entretenimento delicioso. É como assistir ao filme, porém com um tempero nacional.


O cenário giratório com algumas interações projetadas também dá dinamismo à história. Sucesso em São Paulo, “Mulheres” tem a chance de repetir isso no Rio de Janeiro, no aconchegante Oi Casagrande, no Leblon. Marisa Orth mais uma vez mostra seu talento vocal, e suas expressões hilárias nos remete aos melhores momentos do humorístico “Sai De Baixo” onde viveu a inesquecível Magda. Sua dobradinha com Stella, ou mesmo com Helga é um dos pontos altos do espetáculo. E de fato, as mulheres roubam a cena com seus ataques de nervos!


SERVIÇO: Oi Casa Grande (R. Afrânio de Mello Franco, 290 – Leblon)

Sexta-feira às 21h; Sábado às 17h30 e 21h30; Domingo às 17h30

Vendas online pelo site Ingresso.com



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