O Backstage Musical esteve presente na estreia para convidados do musical "Meu Amigo, Charlie Brown" e está cantarolando as músicas até hoje! Com um elenco pequeno, afiado, multitalentoso e encantador a produção entrou em cartaz no último sábado e deve ficar até 24 de abril no Teatro Frei Caneca.
O ator e produtor Leandro Luna conduz (e produz!) brilhantemente a história do intrigado e tímido Charlie Brown e toda sua turma. Leandro, que já foi premiado neste mesmo papel em 2006 é um dos responsáveis pela volta desse espetáculo para os palcos de São Paulo, através da Néctar Cultural que está mostrando um trabalho impecável aos sábados e domingos às 17h30 e às 20h00. Tiago Abravanel, que não pôde atuar na primeira montagem por conta de outros trabalhos, chegou com tudo na sua versão do cãozinho Snoopy e fez toda a plateia se divertir e pedir mais com sua interpretação de "Hora do Jantar".
Paula Capovilla brilha e estremece o teatro com as gargalhadas que tira do público fazendo a sincera e imponente Lucy. A precisão na atuação de Guilherme Magon como Schroeder (o crush de Lucy) e a divertidíssima releitura de Sally Brown da multitalentosa Mariana Elizabetsky são encantadoras.
E todos são merecedores dos aplausos que recebem ao fim do espetáculo, mas não há como não destacar momentos como os aplausos em cena aberta para Paula Capovilla, momentos em que a nostagia toma conta da plateia e nossa maior vontade é soltar uma pipa, momentos em que Mateus Ribeiro entra em cena e mostra para onde caminha o teatro musical brasileiro.
O jovem que iniciou sua carreira nos musicais aos 17 anos, ao lado de Claudia Raia em “Cabaret", hoje depois de muitos outros, volta a ser destaque nas críticas. Na pele (e pano) de Linus, o ator diverte a plateia como ninguém e surpreende todos com o seu número musical, onde canta e dança divinamente. Em seu solo "Meu Pano e Eu", não há criança ou adulto que não se identifique com o apegado e doce Linus Van Pelt. Mateus é o mais claro exemplo da nova geração dos musicais, não a que decidiu cantar e dançar, mas a que se dedicou a isso. A geração que estuda e se esforça para chegar lá, deveria levá-lo como um exemplo a ser seguido.
A questão que fica é: de onde vem tanta energia e alegria? Com toda certeza da maestria de Alonso Barros, o diretor e coreógrafo responsável pelo musical que DEVE ser assistido.
Das tirinhas para a Broadway, da Broadway para o Teatro Frei Caneca e sem perder sua essência. O musical “Meu Amigo, Charlie Brown” traz a leveza, a inocência e a efemeridade das tiras do cartunista americano Schulz. Engraçado, cotidiano e livre! O riso é certo para as crianças, para os adultos e para os beagles! As esquetes que compõem a história são simples e mostram os dilemas da vida de forma engraçada e inocente. Os números musicais são surpreendentes e nos fazem incapazes de não cantar junto. É, definitivamente, impossível assistir "Meu Amigo, Charlie Brown" sem voltar a ser criança.
A curta temporada se apresenta aos sábados e domingos. Garanta o seu ingresso!