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A Soprano Volta Para Seu Mestre: Entrevista com Sara Sarres


Depois de mais de dez anos de sua estreia como Christine no Brasil, a atriz Sara Sarres se um tornou destaque no cenário do Teatro Musical brasileiro por protagonizar algumas de nossas maiores produções, como “West Side Story”; “Shrek – O Musical”; “A Madrinha Embriagada” e “O Homem de La Mancha”. Agora ela retorna ao musical ‘O Fantasma da Ópera’, dessa vez em um desafio pouco diferente: cantar em inglês na World Tour do musical na China. Visto mundialmente por cerca de 40 milhões de pessoas e com bilheteria superior a 6 milhões de pessoas, o musical composto por Sir Andrew Lloyd Webber, está em cartaz na China desde setembro. Sara conta em sua audição estava apenas um seleto grupo de atrizes que já haviam interpretado a personagem pelo mundo. "Um diretor da RUG que já havia trabalhado comigo me convidou a audicionar. Eles indicaram suas Christines favoritas e fizeram os testes. Fiquei muito surpresa e honrada." , conta a atriz, que se tronou a primeira Latino Americana no elenco. Para reviver a personagem, que exige um ballet pesado e muita técnica vocal, a atriz teve de voltar as aulas de canto e dança. "Tive que voltar correndo para o ballet e tirar o pó da sapatilha de ponta. Vocalmente me preparei com a maravilhosa fonoaudióloga Dra Silvia Pinho no Brasil, e em Nova York fiz aulas de dicção com Barbara Rubim (do Stella Adler) e de canto com Mary Setrakian.", comenta Sara, revelando seu empenho e dedicação para o projeto. A grande diferença da produção do tour para a montagem brasileira em 2005 é a adaptação com a língua: Sara atualmente canta as versões originais escritas por Charles Hart e Richard Stilgoe, já no Brasil a atriz cantou as versões de Claudio Botelho para o português. Sara teve que reaprender novamente as coreografias e marcações. "Tinha memória muscular de muita coisa mas não pude usar praticamente nada. Tive que aprender tudo novo pois todas as coreografias e movimentações cênicas foram adaptadas no Brasil para o Português sendo assim determinadas palavras, sentidos do texto e até fraseados musicais encaixavam na música de maneira diferente resultando outras marcações e intenções", comenta a atriz, ressaltando que cantar em outro idioma é algo que pode interferir na partitura cênica tudo para que a trama possa ser contada com mais excelência e que a estória faça mais sentido.

Como grande a maioria do elenco é dos Estados Unidos, Inglaterra ou Austrália, além do espetáculo ser todo em inglês, a atriz não teve grandes problemas para se adaptar com a língua em um outro país. No entanto, quando o assunto a língua nativa, Sara não esconde: "Já tive que arranhar meu pobre Mandarim e fazer mímica em táxi, loja ou restaurante, mas os chineses são muito cordiais e simpáticos. Fazem de tudo pra te entender, então não senti grande dificuldade. Em mercados e conveniências aplicativos que tiram foto do item e o traduz são uma mão na roda. Fica a dica." .

"Outro grande desafio que encara é lidar com a saudade de sua família e amigos do Brasil, durante uma temporada de seis meses. Por outro lado a recompensa é boa. Os desafios artísticos são um presente, pois amo soluciona-los. Acredito que no palco devemos nos desafiar todos os dias a encontrar coisas novas para mantermos o espetáculo vivo e fresco, os desafios culturais são uma alegria, pois amo viajar e conhecer novos lugares. Não poderia estar mais feliz."

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