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Backs Na Estreia de Opera do Malandro.


A Ópera do Malandro é uma adaptação dos clássicos “Ópera dos Mendigos” e “A Ópera dos Três Vinténs” e conta a trajetória de um casal de cafetão e cafetina, Duran e Vitória, pais de Teresinha que se apaixonada por um malandro. Tendo como base a prostituição, contrabando e legalidade de jogo. Todas as músicas são assinadas por Chico Buarque, que genialmente as contextualizou com o texto e pode ser considerado um dos maiores compositores brasileiros que mais contribuiu para o teatro musical.

A peça tem um caráter totalmente político e é um musical popular, possui uma forte crítica política e social, contra o preconceito e discriminação. É um musical feito para instigar o pensamento do público e uma análise da sociedade atual, mesmo tendo sua primeira estreia 1978, segue atualizada e continua fazendo parte do Brasil conhecido pela maioria de sua população.

Quando se fala de Geni, por exemplo, personagem que acredito ser a mais conhecida popularmente, juntamente com sua canção “Joga Pedra Na Geni” por mais que seja responsável pelos alguns dos grandes pontos de cômicos da peça, por ser uma travesti escrachada, possui um cunho crítico extremamente importante. Ao deixar de lado o humor, e sentir a essência de Geni, percebemos o quão importante é sua luta contra o preconceito e o quanto essa personagem tem um alto valor cultural.

Tratar também a corrupção que vem de todas as personagens em momentos e graus diferentes, brincando com a comédia e ao mesmo tempo mostrando grande distorção de valores. O pai que não deseja um corrupto para casar-se com sua filha, enquanto ele próprio é responsável por uma rede de contrabando e prostituição. Enquanto este também não se importa em criar laços afetivos com sua filha, apenas preocupa-se em garantir financeiramente que ela fosse a filha perfeita, tratando-a até mesmo como uma de suas prostitutas, em busca do genro que fosse digno se sua “cria” que lhe custou tanto.

A vitimização das prostituas também é pauta importante em “Ópera do Malandro”, podemos perceber ao conhecer a história da personagem Fichinha, que foi forçada por seu futuro marido a perder a virgindade, que logo depois a abandonou desonrando-a perante sua família, o que acabou levando-a ao mundo da prostituição para que pudesse viver.

Muito mais do que uma comédia extremamente gostosa de se assistir e que nos proporciona ótimas risadas e momentos de encontro com uma música rica e de letras incríveis, é um musical para ser visto sem pensar no básico do entretenimento e sim em sua grande capacidade de desenvolver a cultura, comédia e política e ainda sim ser um ótimo programa de lazer.

Obviamente não podemos deixar de citar esse elenco incrível. Composto praticamente apenas por homens, que se dividem em viver papéis masculinos e prostitutas e realizam os dois brilhantemente. Seja em saltos altíssimos ou com chapéus de malandro. Vozes fortes e poderosas e interpretações que emocionam a todos. Eduardo Landim me dá arrepios em todas as vezes que o vi interpretar Geni, a força de sua voz é impressionante e não podemos deixar de citar Larissa Luz, a única mulher do elenco e que dá vida a João Alegre. Larissa é uma artista que transmite brasileirismo em seu tom de voz e consigo vê-la em outros grandes papéis até mesmo de produções “Broadway”.

Divertido, cultural e alegre. Ópera do Malandro fica em cartaz no Theatro NET SP de 14 de março a 3 de maio de 2015 com sessões Sexta, 21h, sábado, 21h30, e domingo, 20h. Ses­são extra no feri­ado 1º de maio, às 16h.

Ficha téc­nica Adap­ta­ção e dire­ção: João Fal­cão Dire­ção musi­cal: Beto Lemos Dire­ção de pro­du­ção e ide­a­li­za­ção: Andréa Alves Elenco: Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Bruce de Araújo, Davi Gui­lhermme, Edu­ardo Lan­dim, Edu­ardo Rios, Fábio Enri­quez, Gui­lherme Bor­ges, Larissa Luz,Rafael Caval­canti, Renato Luci­ano, Ricca Bar­ros e Tho­más Aquino. Apre­sen­tando: Moy­ses Marques Ceno­gra­fia: Aurora dos Campos Figu­ri­nos: Kika Lopes Ilu­mi­na­ção: Cesar de Ramires Core­o­gra­fia: Rodrigo Marques Pro­jeto de som: Fer­nando Fortes Visa­gismo: Uirandê de Holanda Assis­tente de dire­ção: Clay­ton Mar­ques Pre­pa­ra­ção vocal: Maria Teresa Madeira Pro­gra­ma­ção visual: Gabri­ela Rocha Músi­cos: Beto Lemos (vio­lão, rabeca, ban­do­lim, viola e gui­tarra); Daniel Silva (vio­lon­celo e baixo elé­trico); Rick de La Torre (bate­ria e per­cus­são); Roberto Kauff­mann (teclado e acor­deon); Fre­de­rico Cava­li­ere (cla­ri­neta); e Dudu Oli­veira (flauta, sax e bandolim).

SERVIÇO: ÓPERA DO MALANDRO The­a­tro NET São Paulo – Shop­ping Vila Olím­pia, 5º andar — Rua Olim­pía­das, 360. Ingressos: R$ 150,00 (Pla­teia Cen­tral e Pla­teia Lateral) R$ 100,00 (Bal­cão I) R$ 50,00 (Bal­cão II). Cli­en­tes NET têm 50% de des­conto na com­pra de até qua­tro ingressos. Horá­rio do fun­ci­o­na­mento da bilhe­te­ria: segunda a sábado, das 10h às 22h; e domingo, das 10h às 20h30. Dura­ção: 150 minutos. Clas­si­fi­ca­ção: 14 anos. Capa­ci­dade: 799 lugares. Tele­fone do tea­tro: 4003–1212 Ven­das: www.ingressorapido.com.br / con­sulte os pon­tos de ven­das no site.

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