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S'imbora, O Musical - A história de Wilson Simonal

Por Rhaissa Bertalia

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O sucesso pode ser efêmero, mas o verdadeiro talento é eterno. A trajetória de Wilson Simonal levou essa máxima às últimas consequências. O cantor se transformou em ídolo nacional de forma meteórica, suas músicas estiveram no topo das paradas, só Roberto Carlos rivalizava com ele em popularidade. De repente, a sombra de uma acusação de delator envolveu a carreira do ‘rei da pilantragem’, que entrou em um exílio artístico, de onde nunca mais conseguiu sair. A obra de Simonal, contudo, se mantém cada vez mais moderna e chega pela primeira vez ao teatro pelas mãos de Nelson Motta e Patrícia Andrade, com direção de Pedro Brício. ‘S´imbora, o musical – a história de Wilson Simonal’ estreia em janeiro de 2015, no Teatro Carlos Gomes. Quase uma personagem da peça, a cidade escolhida não poderia ser outra: o Rio de Janeiro com sua malandragem, seus célebres programas de auditório, suas lindas mulheres e a música que balança o Brasil até hoje.

O papel-título será interpretado por Ícaro Silva, que viveu nos palcos outro ícone da música brasileira, Jair Rodrigues, em ‘Elis, a musical’, também da autoria de Nelson Motta e Patrícia Andrade. Ícaro se destacou ainda em ‘Rock´n´Rio – o musical’ e em espetáculos como ‘R & J de Shakespeare’, onde viveu o desafio de interpretar a personagem Julieta. Para concorrer ao papel-título, mais de 1000 atores mandaram materiais, sendo selecionados 100 para as audições, onde Ícaro foi escolhido. A trajetória de Simonal não encontra paralelos na história da música brasileira. O prólogo parecia ser comum: garoto pobre tem que batalhar muito para conseguir mostrar o seu talento. Mas, no momento em que foi descoberto por Carlos Imperial – personagem fundamental na história do futuro astro e narrador da peça -, Simonal explodiu. O Brasil inteiro cantou ‘Balanço Zona Sul’ (seu primeiro sucesso), ‘Sá Marina’, ‘País Tropical’, ‘Meu limão, meu limoeiro’, ‘Lobo bobo’, ‘Mamãe passou açúcar em mim’, todas presentes no roteiro do espetáculo. Na década de 60, ele era um astro da televisão e do rádio e apontado por muitos como o maior cantor brasileiro, com público e crítica a seus pés. Grande entertainer, contava piadas, dançava e dominava a plateia como nenhum artista do seu tempo, fazendo o Maracanãzinho lotado cantar como um coral em que ele era o maestro.

Já no início da década de 70, sua carreira começou a se desestruturar: Simonal encerrou um contrato com a TV Globo, brigou com o Som Três, que o acompanhava desde o início, e desfez o escritório da Simonal Produções. A gota d´água aconteceu quando ele, desconfiado do seu contador, pediu ajuda a amigos policiais (agentes do DOPS), que o sequestraram para que denunciasse quem o estava roubando na sua produtora. O episódio culminou na prisão do cantor, que, posteriormente, em uma cadeia de equívocos, foi acusado de delator a serviço da ditadura militar. Embora nada nunca tenha sido provado, Simonal dizia que até torturadores e terroristas foram anistiados, menos ele, que se transformou em um morto-vivo e foi condenado a um ostracismo artístico até sua morte, em 2000.

De lá para cá, foram lançadas biografias e documentários sobre sua trágica história, reconhecendo seus erros, mas o reabilitando como um dos maiores cantores da música brasileira. E essa retomada da importância histórica do artista ganha nova página com a estreia de ‘S’imbora, o musical’. Simonal passeou por todos os gêneros: cantou rock, calipso, bossa nova e samba, ajudou a criar a pilantragem e ainda inaugurou uma escola de canto no Brasil, reunindo, ao mesmo tempo, o cool da bossa nova, o suingue da música negra e uma notável potência vocal.

SERVIÇO ‘S´IMBORA, O MUSICAL – A HISTÓRIA DE WILSON SIMONAL’ Estreia: 15 de janeiro Temporada: até 12 de abril Teatro Municipal Carlos Gomes Praça Tiradentes, 19 Telefone: 2232.8701

Horários Quinta a sábado – 20h Domingo – 18h

Vendas na bilheteria do teatro Horário da bilheteria: de terça à sexta, das 14h às 18h

Classificação etária: não recomendado para menores de 12 anos Capacidade do teatro: 685 lugares FICHA TÉCNICA Texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade Direção Geral: Pedro Brício Realização: Planmusic e Deponta Direção de Produção: Joana Motta Direção Musical: Alexandre Elias Coreografias: Renato Vieira Cenário: Hélio Eichbauer

Figurino: Marília Carneiro Patrocínio: Cielo Apoio Cultural: Bolt e Taesa

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