Para quem está de olho nos musicais em cartaz na capital paulista deve ter notado uma coincidência entres a produções: Os anos 50 chegaram de vez aos palcos de São Paulo. Confira só:
West Side Story
O primeiro da nossa lista é a primeira produção de teatro musical do Theatro São Pedro. Ambientado em Nova York no final do século, esse reconto do clássico Romeu e Julieta traz uma série de referências à época em que o musical se passa.
Além do primoroso trabalho de visagismo e figurino (cortesia de Tiça Camargo e Fábio Namatame, respectivamente), outros elementos nos situam na história, como a fachada da lojinha do Doc e as garrafas de Coca Cola de vidro, bem típicas da década. Na obra, alguns elementos também são responsáveis por deixar bem marcado o espaço temporal.
Nos anos 50, aflorou-se ainda mais o American Way of Life, sobretudo no contexto do pós-guerra e das novidades tecnológicas que surgiam, como rádio e a TV. “America”, um dos números mais conhecidos do musical trata justamente disso. Na letra vemos as latinas enumerando as vantagens de estar no país com carros, eletrodomésticos e oportunidades.
Outra grande característica da época é a influência do Jazz dentro do score do musical. Embora seja lembrado pelos duetos que flertam com a ópera e os ritmos latinos, não tem como não perceber como o Jazz entra dentro das músicas de West Side Story. Sua marca registrada pode até ser os anos 20 e era proibicionista dos EUA, mas nos anos 50 o jazz já se apresenta mais consolidado, principalmente após os concursos estilo Bandstand do período pós guerra. Agora ele já está bem difundido e já faz parte do cotidiano americano.
West Side Story no entanto ainda se mantém super atual. A letra de “America” ainda é a aspiração de muitos estrangeiros buscando novas oportunidades nos Estados Unidos. A questão da xenofobia e da intolerância com o diferente ainda é (muito infelizmente) uma pauta ainda relevante e que ainda precisa ser superada, “uma história de amor por vez”, como pontua Steven Spielberg, diretor da nova versão do filme de WSS.
Onde conferir:
Theatro São Pedro [Rua Barra Funda, 161 - Barra Funda]
Quando: terças, quintas, sextas e sábados, às 20h; quartas, às 15h; domingos, às 17h (até 7 agosto)
Ingressos a venda pelo site do Theatro
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Grease
O musical mais nostálgico da nossa lista. Grease é um ícone da Cultura pop global e seu impacto vai além do Teatro Musical e se desdobra no cinema, moda, música e estilo de vida da época. Basta uma rápida olhada na plateia que tem lotado o Teatro Claro de quinta à domingo: Grease é assim, uma celebração dos anos 50.
Os figurinos e visagismo puxam na memória os tempos da brilhantina, meias brancas, saias rodadas e jaquetas de couro: Um estilo que seria a materialização da subcultura dos Greasers, os jovens trabalhadores da classe média americana, além de serem associados ao nascimento do rock dançante. Você deve ter escutado nomes como de Elvis Presley, Doris Day. Troy Donahue e Rock Hudson ao longo da peça… pois é: estrelas do cinema e da música muito vinculados ao rock.
Para além de um estilo musical, o rock vem com uma proposta transgressora, de trazer uma nova identidade para os jovens da época, que buscavam formas de expressar sua individualidade, pertencimento e liberdade. Assim como em West Side Story, em Grease também é apresentado a questão da rivalidade de gangues, naturalmente sobre outro contexto e de forma muito mais leve, mas a ideia é a mesma: apresentar os jovens se reconhecendo dentro de um grupo (Jets, Sharks, Burger Palace Boys, Pink Ladies) como forma de se provar, de mostrar-se forte.
As gírias também são outro elemento que marcam a época: Nas cuidadosas versões de Sophie Orleans e Silvano Ferreira, temos gatinho, pitel, broto e outras que trazem à memória o linguajar da época (logicamente contextualizado para o português). Entre ritmos dançantes, jukebox, vitrolas e novamente, as coca-colas na garrafa de vidro, essa é mais uma viagem ao tempo através de um musical.
Onde conferir:
Teatro Claro SP [Rua Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia - Shopping Vila Olímpia – 5º piso]
Quando: quintas, sextas e sábados, às 21h; domingos, às 19h
Ingressos a venda pelo Sympla
ÚLTIMAS Semanas
Evita Open Air
Por fim, chegamos a Evita: O musical é uma biografia da líder espiritual da Argentina, e começa a apresentando sua trajetória artística e política a partir de 1934 e segue até em 1952, ano de sua precoce morte.
Diferente dos outros exemplos, Evita tem seu foco nos anos 40, época de grande ascensão da carreira política de Eva e Juan Domingo Perón, no entanto, vale ressaltar que o ápice da peça está justamente na reta final, onde a grande primeira dama argentina está vulnerável e acompanhamos sua comovente luta para se despedir de seu povo e da luta a qual se dedicou no últimos anos. Aos 33 anos, a Santa Evita morre vítima de câncer de útero e sua morte é sofrida pelo povo ao mesmo tempo que cimeira da pela aristocracia de Buenos Aires e os militares. Em 1955, Perón sofre um golpe militar e é afastado da cena política nacional e, ao mesmo tempo, para quem se lembra das palavras finais de Che no musical, sabe que essa
começa então a saga do sumiço do corpo embalsamado de Evita: Foram 17 anos de desaparecimento do caixão em que se encontravam seus restos mortais.
Onde conferir:
Parque Villa-Lobos [Av. Queiroz Filho, 1365 , Alto de Pinheiros]
Quando: quintas e sextas, às 20h; sábados e domingos, às 15h e às 19h30 (até 28 de agosto)
Ingressoa a venda pelo Site do Evento
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