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É COISA NOSSA!!! "O Mambembe - Um Musical Brasileiro"

  • Fael Velloso
  • 16 de jun. de 2017
  • 3 min de leitura

Em meio à tantas produções sendo versões de sucessos da Broadway invadindo nossos teatros, assistir a um espetáculo com temática totalmente nacional, e mesmo que escrita no começo do século tem uma sensacional crítica ao modo de como se trata o teatro até hoje, é algo que deve-se dar muito valor e respeito. E esse espetáculo é “O Mambembe – Um musical Brasileiro”, que chegou aos palcos do Teatro João Caetano no início de junho, e tem uma qualidade indiscutível. A releitura do espetáculo (escrito por Arthur Azevedo e José Piza) consegue atualizar a trama mesmo se passando no passado. Ficou confuso? Calma! Fazer teatro no Brasil, principalmente para quem não tem patrocínio ou algum “padrinho” é pra lá de complicado. Os artistas são pouco valorizados, e a burocracia para se montar um espetáculo muitas vezes acaba fazendo com que a produção seja encerrada antes mesmo de chegar aos palcos.

No novo Projeto de Teatro Musicado da UniRio, responsáveis pelo estrondoso sucesso “The Book Of Mormon” e também de “O Jovem Frankenstein”, a história de Laudelina (se revezam Roberta Monção e Giulianna Farias) uma moça que órfã que fora criada por sua madrinha Dona Rita (Flora Menezes). A menina sonha em ser uma grande atriz, e a ideia de viajar com uma trupe teatral lhe parece bastante vantajosa, por mais que sua madrinha não à apoie completamente. Contudo, a chegada de Frazão (Leo Bahia), um empresário responsável por uma trupe mambembe que viaja pelas cidades com espetáculos pequenos e montados com restrições de custos, faz com que ela repense seus valores, e embarque junto com o grupo .

A direção do Rubens Lima Jr. mais uma vez acerta ao tirar de seus atores toda sua veia musical e cômica durante a história. Como por exemplo o apaixonado Eduardo (Robson Lima), que é funcionário concursado, porém decide ir junto de sua amada Laudelina, por não querer deixa-la. O talento do ator, adicionado à sua capacidade vocal fazem desse que seria um personagem antipático, um querido do público. Assim como o personagem bizarro do Coronel Pantaleão (Joaz Perez), que apesar de uma maquiagem bem assustadora (no bom sentido), se torna um senhor bastante divertido nas investidas sobre Laudelina. Pantaleão, aliás, é um dos financiadores da trupe, contanto que eles encenem seu texto megalomaníaco, dividido em 12 atos. O que começa a gerar problemas, principalmente para Frazão.

Um elogio à parte se deve ao cenário e figurino do espetáculo. O primeiro é composto de estruturas de madeira removíveis e de encaixe, que durante as cenas vão trocando de lugar, juntando teatro de sombra e cortinas que dão mais detalhes da localização das cenas. E o figurino de época (de Rick Barboza), por mais simples que seja, encaixa-se com louvor em todos seus personagens, ora exagerado, ora contido, mas que sempre situa a plateia na época certa, encantando com luz e imagem a história.

As letras das músicas foram modificadas e adaptadas, e o trabalho é impressionante. Repleto de músicas-chiclete, a história flui com leveza durante suas quase 3 horas de duração, mas o carisma do texto e dos atores nos fazem entrar ali com eles, e reconhecer que os anos passaram, porém as coisas não mudaram para quem faz arte por amor. Por mais que a história se passe nos longínquos 1904, as referências (algumas à cultura atual) são orgânicas, sem parecer forçadas como tem se tornado em outros espetáculos em cartaz pela cidade.

Por fim, “O Mambembe” é um lindo e divertido musical, que não deve em nada para as produções mais badaladas, principalmente com elenco de estrelas. Leo Bahia, com seu Frazão é o retrato de muitos produtores que hoje correm atrás incessantemente de ajuda para montar espetáculos quais acreditam e querem dividir com o grande público. Acreditando acima de tudo no talento de seus envolvidos, e na paixão dos mesmos. Por mais mambembe que tudo isso possa vir a ser.

SERVIÇOS Início: 03/06/2017 Término: 26/06/2017 Horários: Segunda, sexta e sábado, às 19h30. Domingo, às 18h Dias da semana: Segunda, Sexta, Sábado, Domingo Duração: 150min

Ingressos Classificação: Livre Meia Entrada: R$ 20,00 Inteira: R$ 40,00

 
 
 

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