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Claudia Raia comemora 30 anos de carreira


Raia 30 - o musical celebra os 30 anos de vida profissional da artista.


Dificilmente, quem visse uma jovem de 13 anos de idade, desengonçada, ostentando 1,70, acreditaria que ela se tornaria um fenômeno da televisão e do teatro musical brasileiro. Mais do que isso, poucas pessoas acreditariam que o sucesso das curvas de Maria Claudia, adquiridas com muita dança, seria deixado de lado em detrimento de sua veia cômica. Hoje, com 48 anos de idade e dotando um corpo exuberante, Claudia Raia revive sua vida e os 30 anos de carreira em Raia 30 – o musical.

Com texto de Miguel Falabella, direção geral de José Possi Neto e direção musical de Marconi Araújo, o musical estreou em São Paulo em julho e segue em temporada no Theatro NET São Paulo até 18 de outubro.

A história, cronológica até certo ponto do espetáculo, narra a vida de Maria Claudia Motta Raia, que desde muito cedo pretendia ser uma grande bailarina. Já aos sete anos de idade, Claudia, lustrou a cara-de-pau e foi pessoalmente conversar com Lennie Dale, um dos mais conhecidos bailarinos do grupo Dzi Croquettes. A atriz teria dito a ele que se inspirava no seu trabalho e dançava com muita semelhança. Claudia não tinha idade para assistir a uma apresentação dos Dzi Croquettes, mas, devido a sua audácia de se comparar com apenas sete anos a Lennie Dale, ganhou a simpatia do bailarino, que a colocava para assistir as suas apresentações escondida no teatro.

O gênio forte de Claudia, travestido, às vezes, de persistência fica muito claro em diversos momentos do espetáculo, como, por exemplo, quando tinha 13 anos e ameaçou fugir de casa, caso a mãe não a deixasse ir estudar ballet em Nova Iorque.

A peça mostra, brevemente, não só a chegada de Claudia a Nova Iorque, quando entra em contato pela primeira vez com o mundo da Broadway (e quando nasce a paixão pelo bailarino e coreógrafo Bob Fosse), mas, também, a viagem à Argentina. Na ocasião, vai fazer teste em uma companhia de ballet clássico e acaba contratada para integrar o elenco de um espetáculo de revista do Teatro Colón. Nesse momento do espetáculo, a paixão de Claudia por esse estilo de teatro musical fica evidente. Depois do hilário número inspirado em Hola Susana (Luis Alberto Posse), tema de abertura do programa argentino de Suzana Gimenez, apresentado pelo elenco do espetáculo, Claudia aparece por de trás de uma cortina de veludo, vestindo um ousado figurino à la Carmen Miranda e canta Alô, Brasil (Eduardo Dussek). De todos os 18 figurinos do espetáculo, talvez esse seja o que mais saliente o metro e dez centímetros de perna da atriz.

Ainda prestando homenagem ao teatro de revista, Falabella e a equipe criativa elaboraram números que misturam Não quero saber mais dela [negrito], clássico do samba de Sinhô, com a versão brasileira de To durm hot (Cole Porter), do espetáculo Kiss me Kate, e Chain of Fools (Don Covay). Entre as canções, há ainda um monólogo politizado criticando de maneira bem humorada a atual condição política brasileira.

O espetáculo parece começar a deixar Maria Claudia de lado e encontrar Claudia Raia a partir do momento em que é citado A Chorus Line, primeiro espetáculo musical da carreira da atriz. Em 1983, ainda muito jovem, Claudia é selecionada para dar vida à experiente Sheila Bryant, em A Chorus Line, na montagem brasileira de Walter Clark. A partir daí, é como se a história de Claudia se misturasse à história da própria televisão brasileira. Devido ao sucesso em A Chorus Line, ganha um papel de destaque em um quadro do humorístico Viva o Gordo, de Jô Soares, na TV Globo, em 1984. Muito reconhecida devido ao seu belo corpo de bailarina, é levada para o mundo das telenovelas em Roque Santeiro, em 1985. Dois anos depois, o autor Sílvio de Abreu resolve dar um papel de destaque a Claudia na novela Sassaricando. Em segundos, no palco, Claudia presta sua homenagem se caracterizando e revivendo Tancinha.

Outro período importante de sua carreira, principalmente com atriz de humor, foi sua passagem pela TV Pirata, entre 1988 e 1990. Valorizando essa importância, o espetáculo mostra um número da personagem Tonhão, cantando O Rei do Gatilho (Miguel Gustavo Werneck de S Martins), lançada nos anos 50 pelo mestre da malandragem e do samba-de-breque, Moreira da Silva.

O espetáculo ainda presta homenagem às passagens no teatro musical de Claudia, grande investidora do gênero nos últimos 15 anos, com números de Sweet Charity, Crazy For You e Cabaret.

Como não poderiam faltar, dois temas compostos especialmente pra Claudia, eternizados em espetáculos e especiais pra TV dos anos 90, Não fuja da Raia e Nas Raias da Loucura (ambas de Zé Rodrix).

Raia 30 – o musical conta com uma equipe de 32 técnicos, 8 músicos na orquestra regida por Marcel Balieiro, 110 profissionais variados envolvidos e 13 bailarinos, que se empenharam em quase 400 horas de ensaios, antes da estreia. Durante quase uma hora e meia de peça, Claudia troca 18 figurinos desenhados por Fabio Namatame, algumas vezes, troca rapidíssima, em menos de 1 minuto. Vale atentar que 10 desses figurinos chegam a contar com mais de 250 mil pedras dos famosos Cristais Checos Preciosa, importados da região da Boêmia, na República Tcheca. O espetáculo tem um quê das grandes produções da Broadway com 8 cenários coloridos e cheios de efeito, de Gringo Cardia, num genuíno estilo Hollywoodiano dos anos 50.

Integram o elenco Alberto Goya, Alessandra Domitriou, Daniel Cabral, Carol Costa, Elton Towersay, Estela Beraldi, João Paulo de Almeida, Luana Zenun, Marilice Cosenza, Mariana Barros, Matheus Paiva, Rodrigo Negrini e Marcos Tumura.

Mais do que um espetáculo biográfico em comemoração aos 30 anos da carreira de Claudia, o musical acaba assumindo o papel (mesmo que de forma despretensiosa) de mostrar a dificuldade da vida de um artista, desde seu início angustiante até seu apogeu. No fim das contas, Raia 30 – O musical se mostra um pai-nosso pra aspirantes na vida artística. O espetáculo, sem dúvidas, diverte públicos variados na plateia e não é incomum esbarrar com comentários no final de que a boa forma de Claudia impressiona. Com 48 anos, demonstra ainda um alongamento impecável como bailarina, além de 1,80m num corpo que exibe coxas malhadas, barriga definida e braços torneados, de dar inveja a muitas mocinhas com metade dessa idade.


Serviço: De 24 de julho a 18 de outubro de 2015. Horário: quintas e sextas, às 21h. Sábados, às 18h30 e 21h e domingos às 18h. Local: Theatro NET São Paulo ( Rua Olimpíadas, 360 – 5º andar – Shopping Vila Olímpia – zona Sul – São Paulo.) Preço: de R$ 50,00 a R$ 200,00


Ficha técnica Elenco: Alberto Goya, Alessandra Domitriou, Daniel Cabral, Carol Costa, Elton Towersay, Estela Beraldi, João Paulo de Almeida, Luana Zenun, Marilice Cosenza, Mariana Barros, Matheus Paiva, Rodrigo Negrini e Marcos Tumura. Direção Geral: José Possi Neto Direção Musical e Vocal: Marconi Araújo Coreografia: Tânia Nardini Produção geral: Sandro Chaim Cenografia e direção de arte: Gringo Cardia Figurino: Fabio Namatame

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