Você gostar de músicas antigas é algo interessante, não é? Sabe, marchinhas da década de 50, quando você nem fazia ideia de que iria nascer. Para alguns, músicas chatas, com letras bobas, sem graça. Para outros, aquela ousadia carioca, nascida na zona norte, desenvolvida por aí, incluindo o centro do RJ, e ganhando o Brasil. Um retrato musicado de épocas, de personalidades. São retratos de uma situação, de pessoas que ajudaram a construir o cenário cultural no Brasil. E aqui, conhecemos em um espetáculo fabuloso, com duas dessas estrelas: Emilinha e Marlene.
Contada em forma de lembranças pelas irmãs Bia e Gegê, um regresso até a era grandiosa do rádio. Um grande flash-back, onde as duas, cada uma fã de uma das cantoras, entram em diálogos rivais, defendendo seus ídolos, e assim, dando espaço para os números musicais que fazem a regressão ficar ainda mais deliciosa.
O espetáculo foca justamente em uma rivalidade: a das cantoras, quer dizer, de seus fã-clubes, que se amontoavam na frente da Rádio Nacional, para tietar suas musas. Além disso, mostra-se a caminhada para a fama das cantoras. As diferenças de gostos e gestos. A exposição da imagem, os amores, os casamentos, as histórias, isso tudo se somando a uma troca de atores que fazem grandes nomes da música nacional, como Cauby Peixoto e Ângela Maria.
Com um cenário simples, porém com grandes movimentos dos atores, que fazem mesmo crer que estamos dentro de estúdios radiofônicos, o diretor Antônio de Bonis cria um show, e o mais bonito disso é que com poucas inovações, seja em roteiro ou em desenvolvimento, consegue criar empatia com o público jovem que os assiste.
Mas a graça do show também é dividida com a plateia. Geralmente, espetáculos que resgatam esses tempos áureos dos grandes festivais e musicais, são lotados por senhores e senhoras, que viveram essa época. Foi assim com Sassaricando, foi assim com Novelas, e em Emilinha e Marlene, os idosos são um show a parte. A impressão que se tem, é de que eles voltam a ser jovem a cada música, aplaudindo, gritando “Bravo!”, e até mesmo puxando aplausos histéricos, como foi feito na estreia no Imperator.
Não existe esse lance de música antiga. Músicas são músicas, e nunca ficam desatualizadas. Pegue uma marchinha, leia a letra e verás o quão atual elas são. E é mais fácil as letras de hoje se tornarem bregas e ultrapassadas do que esses clássicos. Ao todo, são quase 50 músicas ao vivo, não tem como não se divertir com elas, e com tudo que acontece em cima do palco histórico do teatro doMéier, zona norte do Rio.
SERVIÇOS:
Dia(s): 15/08/2014, 16/08/2014, 17/08/2014, 22/08/2014, 23/08/2014, 24/08/2014, 29/08/2014, 30/08/2014 e 31/08/2014
Sextas, sábados e domingos: 19h30
Local: Teatro
Plateia sentada: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Classificação: Livre
Duração do espetáculo: 2h30m (Intervalo de 10 minutos)