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Crítica - A Madrinha Embriagada

Por Vinícius Munhoz

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Como era a cidade de São Paulo em 1928? Para responder essa questão muitos vão ao Google (os mais “tradicionais” à bibliotecas e livrarias) mas para os amantes de teatro musical só uma opção vem a cabeça nos últimos meses: vá ao Teatro do SESI uai! O Backstage Musical esteve presente na estréia do musical “A Madrinha Embriagada – Uma Comédia Musical” e, acreditem, o espetáculo não sai da narração de um único personagem em sua sala de estar. Isso até pode parecer um começo muito desesperador (e chato), mas é isso que faz o espetáculo ser tão surpreendente e derrubar esses preceitos que tomamos.

A história parte da notícia que Jane Valadão (Sara Sarres), estrela dos palcos brasileiros, irá se casar e aposentar-se. A Madrinha (Stella Miranda) é a responsável por não deixar que as coisas saiam da ordem natural das coisas mas como sua fiel companheira, a bebida, está presente a todo momento ela se confunde e está sempre um passo atrás dos outros. Nesse contexto vários personagens surgem: um produtor e sua corista, o noivo, um amante argentino, uma aviadora, dois padeiros, todos em busca de mais confusões, afinal além de um musical é uma grande comédia.

O narrador é o Homem da Poltrona (interpretado pelo indiscritível Ivan Parente) que tem o público nas mãos. O personagem é o responsável por nos mostrar e descrever cena a cena do que foi o musical “The Drowsy Chaperone” trazido no ano de 1928 à cidade de São Paulo, no Theatro São Pedro na Barra Funda. O espetáculo é um musical que trata sobre um musical que renasce os ares da cidade daquela época. A versão original escrita por Bob Martin (primeiro homem da poltrona e co-escritor) e Don Mc Kellar (adaptação do filme “Ensaio Sobre a Cegueira” de Saramago) era ambientada na Nova Iorque do mesmo ano. O responsável por essa revista brasileira foi o já carimbado Miguel Falabela que também é responsável pela direção geral do espetáculo com duração de 110 minutos sem intervalo. A ausência da pausa não é nem perceptível, o espetáculo capta o público do começo ao fim.

Um ponto interessante que o texto traz consigo é o ponto de vista sempre dentro da sala de estar do Homem da Poltrona, todo o cenário do musical que ele conta surge dentro desse ambiente, tarefa difícil para Renato Theobaldo e Beto Rolnik, cenógrafos da produção. São portas, lustres, fontes, quartos, hotéis, tudo dentro da casa do nosso querido narrador com cores típicas da época (alusão clara às obras de Tarsila do Amaral), já figurino ficou com as agulhas e tesouras de Fause Haten que vem surpreendendo desde 2010 (Jekyll and Hyde) como figurinista de musicais e sempre consegue fazer um trabalho muito bem condizente com a obra que se apresenta, logo, dessa vez não poderia ser diferente.

Ensaio de parte do elenco. Cenário é uma das coisas que surge na sala do personagem

O elenco conta com nomes de grande peso no meio musical: Sara Sarres, Kiara Sasso, Saulo Vasconcelos, Cleto Baccic, Frederico Reuter, Paula Capovilla, Ivanna Domenyco, Fernando Rocha, Edgar Bustamante, Adriana Cappareli, Rafael Machado, Daniel Monteiro, Andrezza Massei, entre outros são alguns dos nomes que há anos traçam carreiras impressionantes e agora estão reunidos em um musical gratuito. Isso mesmo, a FIESP / SESI SP em parceria com a recém produtora Atelier de Cultura trazem para São Paulo pela primeira vez um musical super produção totalmente gratuita. Basta preencher um cadastro no site do SESI (endereço no serviço abaixo) e escolher o assento e data que deseja para garantir os concorridos ingressos. Essa é a primeira ação que, de fato, parece querer formar um público para teatro musical. Além disso o projeto de vivência de teatro musical implantado esse ano e já abordado pelo nosso blog pretende formar genuínos performers e, acreditem, nos próximos anos esse projeto será implantado nas mais de 100 unidades do SESI.

Sentiu vontade de se embriagar com essa madrinha? Veja abaixo como garantir seu assento!

Fica a dica:

1) Se prepare para dar boas risadas. O espetáculo te surpreende com piadas da primeira até a última cena;

2) A iluminação deixa um pouco a desejar. Cores muito vivas fazem parte do espetáculo em todos os aspectos, inclusive na iluminação que poderia ser melhor aproveitada e menos “dura”, no sentido de impactar o público;

3) Não importa qual lugar você vai se sentar, o teatro não é muito grande e, mesmo de longe, a diversão está garantida;

4) Muitos amantes de musicais vão se identificar com algumas reações e atitudes do Homem da Poltrona. Não é preciso nem ter força para reparar em como ele é um fanático por musicais além da atuação admirável de Ivan Parente;

5) O zelador do prédio é uma comédia a parte. As falas sempre no gerúndio fazem você de morrer de rir;

6) O texto é muito bem adaptado para a proposta criada;

7) Ria muito e sinta-se embriagado por essa temporada de muito sucesso de A Madrinha Embriagada!

Serviço: “A Madrinha Embriagada – Uma Comédia Musical”

Teatro do SESI (Av. Paulista, 1313 – Cerqueira César – São Paulo – SP)

Sessões: quartas, às 21h | quintas e sextas, às 15h (sessões para escolas) e 21h | sábados, às 16h e 21h | domingos, às 19h;

Temporada: de 17 de agosto de 2013 a 29 de junho de 2014;

Ingressos pelo site http://www.sesisp.org.br/meu-sesi ou diretamente da bilheteria.

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