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Últimas apresentações de "Meu Seridó" no Teatro do Sesi, em São Paulo


Foto: Karim Kahn


Você conhece o Seridó? O espetáculo teatral MEU SERIDÓ resolveu trazer o sertão do Rio Grande do Norte até o público paulista, em uma crônica leve e popular. A montagem, idealizada pela atriz Titina Medeiros, da Casa de Zoé, de Natal, apresenta um recorte sobre a origem e os costumes da região do Seridó, no sertão norte-riograndense e encerra a temporada no dia 31 de julho (quintas-feiras a sábados às 20h e domingos às 19h), no Teatro do SESI-SP com ingressos gratuitos.

MEU SERIDÓ tem direção de César Ferrario e dramaturgia de Filipe Miguez, da Cia. dos Atores e autor da novela Cheias de Charme (TV Globo) – traz à cena fortes questões norteadoras como a condição da mulher no sertão, a extinção do indígena em detrimento do boi e a desertificação. No elenco, além de Titina Medeiros, estão os atores Nara Kelly, Igor Fortunato, Caio Padilha, que assina também a trilha sonora, e Marcílio Amorim.

Com uma linguagem popular e universal, músicas e canções executadas ao vivo e boas doses de humor e teatralidade, MEU SERIDÓ já percorreu, desde sua estreia em 2017, 22 estados e 55 cidades, além das temporadas na cidade de Natal, totalizando um público estimado de 50 mil espectadores. As apresentações na capital paulista integram o edital Viagem Teatral do SESI-SP.

Pesquisa histórica

Primeiro espetáculo da Casa de Zoé MEU SERIDÓ nasce do desejo da atriz Titina Medeiros de investigar e versar seu lugar de origem, a região do Seridó, no sertão do Rio Grande do Norte. Gestado como um espetáculo solo, possível de caber numa mala e se apresentar em alpendres e terreiros de comunidades rurais, a montagem ganhou maiores proporções com a chegada do dramaturgo Filipe Miguez e do diretor César Ferrario.

O elenco realizou uma pesquisa histórica, por meio de imersões na região do Seridó, conduzida pela pesquisadora Leusa Araújo. “Senti uma vontade enorme de saber mais sobre a minha origem, uma curiosidade sobre minha ancestralidade e um desejo, mesmo metafórico, de voltar para a casa”, revela Titina Medeiros. Já o autor Filipe Miguez explica: “A nossa história acontece em algum lugar entre a realidade, o delírio e a nostalgia.”

Para o diretor César Ferrario, a narrativa é constituída por uma linguagem de cunho popular para chegar em todas as pessoas e lugares, e tem uma estrutura que permite a montagem em ruas, fazendas, praças e diferentes paragens. “A nossa narrativa não tem um compromisso histórico. Ela tem seu início através de uma menção ao plano mítico do Seridó, onde o Sol e a Terra disputam o amor de Chuva, uma fábula muito coerente com as questões que atravessam toda a história de qualquer lugar sertanejo e seu imaginário. A partir disso, ela transita pela história do Seridó em seus espelhamentos terrenos, desde a chegada do homem andino até a vinda do vaqueiro e do português. O entrelaçamento dessas raças perpassa as histórias que vão sendo contadas ao longo do espetáculo”, conta ele.

São essas questões, forças e vidas que estão bordadas nos figurinos, cenografia e caracterização assinados por João Marcelino, parceiro de longa data de Titina, com quem trabalhou no grupo Tambor ainda na década de 90. A iluminação é feita por Ronaldo Costa e a produção executiva é de Arlindo Bezerra, da Bobox Produções.


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